sexta-feira, 9 de outubro de 2009

REALMENTE TOP


O release você pode encontrar em http://tramavirtual.uol.com.br/blogArtista.jsp?id=748851 , mas só escutando o som desta banda para saber que, ao contrário do que eles dizem, o rock não acabou... Pelo menos aqui no Brasil, não.

Com guitarras entre Green Day e Scandurra, baixo audível como o dos Strokes ou o dos Engenheiros da década de 80, uma bateria muito bem tocada e um vocal que às vezes faz parecer que Raul ressuscitou melhor do que nunca, os rapazes do MOPTOP apresentam letras em desacordo com a maior parte das atuais bandinhas, intituladas de "emo" ou "hemo", que tentam a todo custo fazer sucesso através de seu visual exagerado, muitas tatuagens e piercings e quase nenhum conteúdo.

Não sei se porque as letras dos caras chocaram-se com o meu momento, mas posso afirmar sem sombra de dúvida que eles vieram pra ficar.

Só OUVINDO pra VER e dar UMA CHANCE pra estes rapazes de talento.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

SUPER

Pudera eu ser um super-herói
De poderes fantásticos
De feitos bombásticos
Não para salvar o mundo
Mas para salvar crianças
Das atrocidades do mundo

Pudera eu ser um super-herói
Com roupa de palhaço
Espírito de bufão
E simulasse confusão
E fizesse brotar o riso
No coração das crianças que choram

Crianças não devem chorar
A não ser de manha
Nas manhãs ensolaradas
De brincadeiras e cantigas
Com pessoas que as amam

Pudera eu ser um super-herói
Com poderes mágicos
A materializar o pão para crianças com fome
A transformar ódio em afeição
Para crianças sem nome
Curar as feridas
De crianças perdidas
Pelas estradas do mundo
Fabricar brinquedos
E curar seus medos
E suas solidões

Pudera eu ser um super pai
Pudera eu ser uma super mãe
A punir aqueles que maltratam crianças
E matam crianças
E abandonam crianças
Quando deveriam tão somente amá-las e protegê-las

Pudera eu fazer com que todo adulto
Nunca matasse a criança que tem em si
Pudera eu transformar o mundo em uma tela branca
E que as crianças o pintassem novamente
Com o guache da sua imaginaçãoComo um Deus eternamente criança.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

DOM QUIXOTE 2009

Agora meu pequenino herói
Quer perseguir cata-ventos!...
Como se fossem os moinhos de vento do velho mundo...
E, para ele, eu sou o herói;
Talvez porque seja maior
E guie, não um corcel,
Mas o camelo que vive em nosso quintal;
Se Alegra em ser o escudeiro
Em nossa aventura real.
Escudeiro que dá ordens,
Co-piloto em uma jornada vespertina
Pelos lamaçais da estrada
Quando a chuva termina.

Dizem que quando ele crescer
Deixarei de ser o herói.
Mas isto não me dói,
Pois curto o presente
De nossas jornadas rumo ao cata-vento...
Sua grande e nova descoberta.
E ninguém imagina o quanto este momento
Me faz verdadeiramente feliz,
E ninguém imagina que esta jornada é a razão da minha vida, porta entreaberta...

E voltamos da batalha
Ao final da tarde bela
Amarela como meu filme, céu de baunilha...
E banhamos de cachoeira no nosso quintal...
Eu e meu pequenino.
E que me perdoem as meninas
Mas fundamental é ser menino!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

SOBRE A POESIA

A poesia nasce
Quando morre o amor.
A poesia morre
Quando nasce o amor.

A poesia é inimiga
Do amor-calmaria.
Nunca está no carro,
Na casa,
Nas compras,
Na faxina ou no sofá;
A poesia está bêbada,
Cambaleando na rua escura,
À procura,
Somente à procura
De alguém,
De ninguém,
Ou do último bar.
A poesia não está no trabalho,
No almoço,
No falso sorriso diário,
Ou na televisão.
A poesia está no lixo,
Na noite insone de solidão.
Está no porão
Empoeirado,
Guardada...
Ou alada
Ao lado de um violão...

A poesia nasce
Quando nasce a paixão.
A poesia morre
Quando morre a paixão.