quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

SOBRE A POESIA

A poesia nasce
Quando morre o amor.
A poesia morre
Quando nasce o amor.

A poesia é inimiga
Do amor-calmaria.
Nunca está no carro,
Na casa,
Nas compras,
Na faxina ou no sofá;
A poesia está bêbada,
Cambaleando na rua escura,
À procura,
Somente à procura
De alguém,
De ninguém,
Ou do último bar.
A poesia não está no trabalho,
No almoço,
No falso sorriso diário,
Ou na televisão.
A poesia está no lixo,
Na noite insone de solidão.
Está no porão
Empoeirado,
Guardada...
Ou alada
Ao lado de um violão...

A poesia nasce
Quando nasce a paixão.
A poesia morre
Quando morre a paixão.